Imagina a cena: você está tranquilo, dirigindo o seu carro no dia a dia, e de repente começa a receber multas de lugares onde nunca passou. Pior: aparece uma notificação dizendo que o seu veículo foi usado em algum crime, ou que existe uma dívida em aberto ligada à sua placa.
Na primeira vez, a gente até pensa: “deve ser erro do sistema”.
Mas quando isso se repete, acende um alerta importante: pode ser que alguém esteja rodando com a sua placa em outro veículo. É disso que estamos falando quando usamos os termos clonagem de placa ou placa clonada.
Este texto é pra você que é leigo, que não é da área jurídica, nem de trânsito, mas quer entender de forma simples:
- o que exatamente é placa clonada;
- como perceber os sinais de que isso pode estar acontecendo com você;
- qual é o passo a passo para se defender;
- e como uma consulta completa pela placa, como a da Trakcar, entra nessa história.
O que é uma placa clonada?
Vamos direto ao ponto: placa clonada é quando alguém copia os dados da sua placa e coloca em outro veículo. Esse outro carro ou moto, na maioria das vezes, é roubado, furtado ou está cheio de problemas.
É como se existissem dois veículos diferentes usando a mesma identidade:
- um é o seu carro ou sua moto, regular, com documentos em dia;
- o outro é o veículo “fantasma”, que está usando a mesma placa para enganar o sistema.
Quando esse veículo clonado passa por radar, pedágio ou câmeras, quem aparece como responsável é você, dono da placa original. Por isso, em pouco tempo começam a surgir multas, cobranças e, em casos mais sérios, até envolvimento em ocorrências policiais.
Muita gente confunde clonagem de placa com adulteração de placa, mas a ideia é parecida: em ambos os casos, o criminoso mexe na identificação do veículo para esconder a origem verdadeira. Isso vale tanto para carro quanto para moto. A famosa “moto clonada” nada mais é do que uma moto usando uma placa que, na verdade, pertence a outro veículo.
Por que alguém clonaria a placa do meu carro?
A clonagem de placas não é uma “brincadeira”. É crime.
Quem faz isso normalmente tem um objetivo bem claro: usar um veículo irregular como se fosse regular.
Isso pode acontecer, por exemplo, quando:
- o carro foi roubado ou furtado;
- o veículo tem muita pendência, como multas, bloqueios, restrição judicial;
- o criminoso quer cometer delitos (roubos, golpes, fugas de pedágio) sem deixar rastro no próprio nome.
Ao pegar a placa de um carro “limpo” e colocar num carro “sujo”, o criminoso joga toda a dúvida pra cima de quem? Do dono inocente da placa original.
Como perceber que minha placa pode ter sido clonada?
Quem tem a placa clonada normalmente descobre por causa de coisas estranhas que começam a acontecer. Não aparece uma mensagem no celular escrito “sua placa foi clonada”; você precisa ligar os pontos.
Os sinais mais comuns são:
- chegam multas de trânsito de lugares onde você não esteve;
- aparecem infrações em dias e horários em que o carro estava guardado na garagem ou parado no trabalho;
- em consultas no site do Detran ou da Senatran, surgem registros de passagem em rodovias ou pedágios que você nunca usa;
- em abordagens policiais, o sistema acusa pendências ou ocorrências que não fazem sentido com a sua realidade.
Um detalhe importante:
Quando você recebe a foto da multa, às vezes dá pra perceber diferenças entre o veículo da imagem e o seu. Pode ser a cor um pouco diferente, um adesivo que o seu carro não tem, um acessório no teto que você nunca colocou. Isso também é um indício de clonagem de veículo.
Se essas situações são pontuais, pode até ser erro de sistema. Mas se começam a repetir, vale assumir a possibilidade: “tem alguém rodando por aí com a minha placa”.
O que fazer se eu tiver suspeita de placa clonada?
Aqui é o ponto em que muita gente se desespera.
A verdade é que não adianta só ficar indignado; é preciso organizar as informações e agir.
1. Junte tudo o que prova que tem algo errado
Antes de procurar a polícia ou o Detran, vale separar com calma:
- todas as multas estranhas que chegaram;
- cartas ou notificações;
- prints das consultas realizadas na internet;
- fotos atuais do seu carro ou moto, mostrando bem a placa, a frente, a traseira e algum detalhe que ajude a diferenciar;
- qualquer comprovante que mostre onde você estava no dia e hora das infrações (recibos, pedágios, notas de estacionamento, registro de ponto, prints de corrida de aplicativo, etc.).
Isso tudo vai ajudar você a contar a história de forma clara e mostrar que não foi você quem cometeu aquelas infrações.
2. Registre um Boletim de Ocorrência (BO)
O passo seguinte é ir até uma delegacia (ou usar a delegacia online, se o seu estado oferecer esse serviço) e registrar um Boletim de Ocorrência por suspeita de clonagem de placa.
No BO, conte com detalhes:
- quando começaram a chegar as multas;
- de que lugares elas são;
- porque você acredita que não era você dirigindo;
- se já houve abordagens estranhas;
- se há diferenças visíveis entre o seu carro e as imagens das infrações (se você tiver acesso a elas).
Não precisa usar termos técnicos. Fale como você fala normalmente. O importante é deixar claro que você é vítima e quer apurar a situação.
3. Faça uma consulta completa do histórico do veículo
Além de olhar o básico no Detran, é muito útil fazer uma consulta veicular completa pela placa.
Na Trakcar, por exemplo, você consegue enxergar:
- Verifique o Histórico Completo: A Consulta Master da Trakcar, fornece um panorama geral do veículo, essencial para identificar se ele tem histórico de leilão, sinistros, débitos, restrições, pendencias, etc.
- Identifique Passagem por Leilão: A Consulta de Leilão, informa se o veículo já foi a leilão e, em muitos casos, a origem (financeira, seguradora), indicando o nível de dano (Monta), nível de risco
- Detecte Restrições Judiciais: A Consulta de Restrição Judicial, revela se o carro possui bloqueios que impediriam a transferência.
- Alerta de Roubo e Furto: A Consulta de Roubos e Furtos, garante que você não está comprando um veículo ilegal.
- Confirme Financiamento: A Consulta de Financiamento, verifica se já está quitado, se há alienação fiduciária, que precisa ser baixada para a transferência.
- Acesse Dados Cadastrais: A Consulta de Dados Cadastrais, permite confirmar informações originais do veículo e proprietário para saber quem é o real dono do veículo, além de débitos e restrições.
- Valide Chassi e Motor: A Consulta de Chassi e Motor, verifica e compara o numero do motor e do chassi para saber se são riginais ou foram trocados, alem de ajudar a identificar clonagens e possíveis adulterações
- Ferramenta para Profissionais Automotivos: Esta consulta abrangente oferece um relatório detalhado e ferramentas para profissionais automotivos avaliarem e preencherem laudos cautelares com precisão.
Por que isso ajuda?
Porque o relatório funciona como um laudo do seu veículo original. Ele mostra qual é o carro verdadeiro ligado àquela placa, onde ele costuma transitar, qual é o histórico dele. Na hora de explicar o caso à polícia e ao Detran, isso reforça a sua versão.
Não é a consulta que “desmascara o bandido”, mas ela te dá informação organizada pra levar às autoridades.
4. Leve o caso ao Detran e conteste as multas
Com o BO e a consulta em mãos, o próximo passo é ir ao Detran e informar oficialmente que houve clonagem de placa.
Cada estado tem um procedimento, mas, em geral, você vai:
- protocolar a comunicação de placa clonada;
- seguir as orientações para possível vistoria do veículo;
- abrir defesa ou recurso para cada multa indevida, sempre anexando:
- cópia do Boletim de Ocorrência;
- cópia dos documentos do veículo;
- provas de que o seu carro estava em outro lugar;
- o relatório da consulta veicular, se você fez.
Pode parecer burocrático, e é mesmo, mas esse é o caminho pra tirar do seu CPF aquilo que foi cometido por outra pessoa usando a sua placa.
Medidas preventivas: dá pra evitar clonagem?
Garantir 100% que ninguém vai clonar a sua placa é impossível, porque o crime muitas vezes acontece longe do seu controle. Mas você consegue dificultar a vida do criminoso e, principalmente, facilitar a sua defesa se algo acontecer.
Deixar o veículo “reconhecível”
Alguns proprietários optam por pequenos detalhes no carro: adesivos discretos, marcações ou diferenciais visuais que aparecem em fotos de radar ou multa.
Isso não impede que alguém copie a placa, mas ajuda a mostrar, numa possível análise, que o veículo da foto não é o seu. Em muitos casos, essa diferença pesa na hora de cancelar uma infração.
Usar rastreador veicular
Ter um rastreador veicular também não impede a clonagem em si, mas oferece uma vantagem: ele mostra por onde o seu carro passou naquele dia e hora.
Se uma multa aponta que o veículo estava em outra cidade, mas o sistema do rastreador mostra que o seu carro ficou parado na porta de casa, isso se torna uma ótima prova a seu favor.
Ficar atento às notificações
O pior cenário é receber a notificação, achar que é erro e não fazer nada.
Sempre que chegar uma multa estranha, o ideal é:
- conferir de onde ela veio;
- tentar ver a imagem do veículo;
- e, se não fizer nenhum sentido, começar a guardar documentos.
Quanto mais rápido você reage, menor o estrago.
Clonagem de placa é crime e não é com você que a lei vai pegar
Do ponto de vista jurídico, existem dois personagens:
- O criminoso, que clona, vende ou usa placa clonada.
- O dono do veículo original, que muitas vezes nem sabe o que está acontecendo.
Quem clona placa está cometendo crime. Conforme o caso, pode responder por:
- adulteração de sinal identificador de veículo;
- receptação (se o veículo for roubado/furtado);
- uso de documento falso;
- entre outros.
As consequências vão desde apreensão do veículo até pena de prisão e multa, além de manchar o histórico da pessoa.
Já o dono da placa clonada precisa mostrar que é vítima. A sua responsabilidade é:
- comunicar as autoridades assim que perceber os sinais;
- guardar e apresentar provas;
- seguir o procedimento no Detran e nos órgãos de trânsito.
É chato, mas é o caminho pra limpar seu nome.
Como as autoridades combatem a clonagem de placas
Polícia e órgãos de trânsito já enxergam a clonagem de veículo como um problema sério. Por isso, muitas ações vêm sendo feitas:
- Operações conjuntas entre polícia e Detran para localizar veículos com indícios de placa clonada.
- Uso de tecnologia, como câmeras que leem placas automaticamente e cruzam dados com bancos de dados.
- Investigações para chegar a oficinas clandestinas e grupos especializados em falsificar placas.
Além disso, campanhas de orientação tentam mostrar para a população:
- que clonar placa é crime e não “coisa boba”;
- que existe procedimento específico pra quem é vítima;
- e que é importante denunciar sempre que algo estranho aparecer.
Onde buscar ajuda se você virou vítima
Se você já está vivendo esse problema, não precisa enfrentar tudo sozinho. Alguns caminhos importantes:
- Delegacia de polícia – para registrar o Boletim de Ocorrência.
- Detran – para comunicar a clonagem, pedir vistoria se for o caso e tratar da regularização da placa.
- Assistência jurídica – se a situação envolver crime mais grave ou processos, pode ser necessário um advogado. Em alguns estados, a Defensoria Pública também ajuda quem não pode pagar.
- Consulta veicular completa (Trakcar) – para ter um relatório organizado do histórico do seu veículo e usar essa informação na defesa. Faça uma consulta clicando aqui!
Na Trakcar, por exemplo, além de você enxergar o que está vinculado à sua placa, existe suporte especializado para te ajudar a entender o relatório e tirar dúvidas. Isso é muito útil pra quem é leigo e não sabe por onde começar.
Conclusão: informação e agilidade são suas maiores aliadas
A clonagem de placas assusta e provoca um sentimento de injustiça enorme. É natural ficar com raiva, com medo e até pensar que “o sistema não funciona”.
Mas a melhor forma de se proteger é:
- perceber os sinais cedo,
- juntar tudo o que comprova a sua versão,
- fazer BO,
- falar com o Detran,
- e, se possível, usar uma consulta veicular completa, como a da Trakcar, pra ter o histórico do seu lado.
Quando você age rápido e com informação na mão, fica muito mais fácil provar que você é a parte prejudicada.
Assim, quem cometeu o crime com a placa clonada é que deve responder, e não você, que apenas teve o azar de ter o veículo escolhido como “modelo” pelos criminosos.



